Dia 27. O dia em que o Homem-abraço sente saudade
A porta escancarada, o tempo todo, bem em frente ao corredor de entrada, saída, algazarra e gritaria dos alunos. Lá no fundo da sala, com os olhos sempre vibrantes por detrás dos óculos, o Homem-abraço. Seja por uma dificuldade de aprendizado, de comportamento, física ou mesmo de conseguir encontrar o caminho para o futuro sonhado para quando se formarem na Escola Estadual Sebastião Patrus de Sousa, em Juiz de Fora/MG. Não importa o motivo que leva os estudantes até a mesa cuidadosamente posicionada no enquadramento a permitir ser vista como uma placa de “bem-vindos”. Lá está o diretor da escola, Ernani Domingos, o Homem-abraço. Para ele, não basta garantir ordem e organização. A escola é um território vivo. Tem sentimentos. Medo, culpa, alegria, ansiedade, pertencimento e tristeza também. Sendo assim, faz da sua palavra, um incentivo. Da sua parceria com alunos e professores, um motivo para todos amarem “o Patrus”. Faz de si, o Homem-abraço. Mas quando chega o dia 27 de cada mês, é Ernani quem se dá o direito de querer ser abraçado. É o dia em que Mariângela, a “Mera”, sua mãe, partiu. Nesse dia, o Homem-abraço sente saudade.